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Lula recua de reforma trabalhista para manter alianças com a direita


Há praticamente dois meses os noticiários vêm refletindo a aliança entre Lula e Alckmin para as eleições presidenciais de 2022. Mais um capítulo da política de conciliação de classes petista, que demonstra como a cúpula do partido está mais preocupada em provar ao imperialismo e a burguesia que é capaz de governar sob os seus interesses, após o golpe institucional, do que derrotar Bolsonaro, a extrema direita e seus ataques.

A saída de Alckmin, após as tumultuadas prévias tucanas vencidas por Dória, a estagnação nas pesquisas dos candidatos da chamada "terceira via” mesmo após a confirmação da pré candidatura de Sérgio Moro, tornaram mais concreta a possível aliança.

Hábil em jogar para todos os lados, Lula viu na Espanha uma maneira de descomprimir essa insatisfação. Elogiou a nova reforma trabalhista do país, dizendo que os brasileiros deveriam acompanhar o que está acontecendo no Governo de Pedro Sánchez que “está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”.Após a grande repercussão e a crise instalada, Alckmin começou a atuar. E para isso, contou com a ajuda dos dirigentes do PSB e do Solidariedade, em particular da burocracia sindical e da sua figura mais simbólica, o Paulinho da Força. O encontro com o líder da Força Sindical teve como objetivo colocar panos quentes e pressionar o recuo de Lula na polêmica. Alckmin demonstrou “preocupação” com as falas de Lula, e Paulinho respondeu sem pestanejar que as centrais não defendem a revogação da reforma...Revogar a reforma não nos agrada, achamos que não é necessário”, mostrando que a única preocupação é com o imposto sindical.

Ao que tudo indica, o previsto recuo de Lula em suas declarações iniciais é mais uma manobra petista para descomprimir as crises que o resultado da sua política de conciliação de classes gera em sua base e para acalmar a burguesia. Delimita-se aparentemente de Alckmin, ao mesmo tempo que segue defendendo a agenda burguesa de reformas neoliberais.

As frações burguesas entendem as manobras de Lula, e impõe as suas condições nesse processo de construção de sua candidatura. E o PT que nunca se colocou a tarefa de enfrentar a burguesia sequer quando essa construiu o golpe de 2016, opta conscientemente para uma estratégia de preservação e conciliação no regime degradado do golpe institucional. A degradação é tanta, que mesmo depois disso, ao contrário de tirar uma lição do que foi colocar o Temer de vice da Dilma, agora colocam Alckmin como opção

Não há nada de novo nessa estratégia reformista. Trata-se da mais ultrapassada política de conciliação que levou ao fortalecimento dos setores da direita nos últimos anos, e no avanço contra os direitos econômicos e democráticos dos trabalhadores

Daqui até a formação das chapas muita coisa pode acontecer e enquanto isso os trabalhadores amargam a situação de desemprego, fome e no país explode os casos da Omicron, sem nenhum plano emergencial sanitário do governo Bolsonaro e dos governadores e prefeitos.

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