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Polyanna na fogueira: Macau e sua Câmara versão Idade Média


Se a política de Macau fosse uma peça de teatro, estaríamos assistindo a uma tragicomédia digna de Shakespeare, com pitadas de novela mexicana e tempero nordestino. A Câmara resolveu convocar a secretária de saúde, Polyanna Macêdo, (Leia aqui) como quem chama Joana d’Arc para a fogueira — só faltou distribuir tochas na entrada. O detalhe saboroso? O voto favorável veio até de Jefinho, vereador cuja mãe "era" nada menos que a diretora do Hospital Antônio Ferraz, palco oficial do caos, onde até o ar condicionado parece pedir aposentadoria.

É o famoso fogo amigo: queimam Polyanna viva, mas deixam a "ex-diretora" — que comanda o hospital em estado de calamidade permanente — de camarote, tomando café e assistindo ao espetáculo. Prudência? Coerência? Isso parece artigo de luxo na política local. Afinal, por que convocar quem administra o epicentro do problema quando se pode jogar a chefe superior na arena e ver o circo pegar fogo?

E aqui entra o detalhe que transforma a cena em uma comédia ainda mais grotesca: após as exonerações recentes, oficialmente quem assina como responsável pelo hospital é hoje um enfermeiro. No papel, ele é o comandante da nau que já está afundando. Mas na prática, quem continua dando as ordens, mesmo sem crachá oficial, Macau sabe. De fato enquanto um assina papel nos bastidores o caos segue soberano.

O episódio é tão surreal que dá vontade de vender ingressos: “Hoje, no Coliseu de Macau, Polyanna contra os gladiadores da incoerência!”. Enquanto isso, a plateia se pergunta: será que o próximo ato será a convocação da própria mãe do vereador, ou vão continuar fingindo que o hospital é apenas uma casa de repouso para dramas políticos?

No fim das contas, a convocação soa menos como busca por soluções e mais como espetáculo de vaidades. Polyanna vira alvo, Jefinho vira protagonista de ironia, e o povo continua na arquibancada, esperando que alguém, um dia, resolva o caos do Antônio Ferraz. Até lá, seguimos rindo para não chorar — porque em Macau, a política é tão hilária quanto trágica, e o fogo amigo nunca apaga.

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