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Candidato ao Nobel da Paz, Raoni pede fim do garimpo em terras indígenas

Manifesto assinado pelo Instituto Kabu, Associação Floresta Protegida e Instituto Raoni alerta para a explosão de desmatamento e grilagem nos territórios da etnia


Conhecido mundialmente pela trajetória de luta e defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil, o cacique Raoni é um dos nomes mais cotados na disputa pelo Nobel da Paz 2020. O prêmio será anunciado nesta sexta (09), em Oslo. Em paralelo, o “cacique da paz”, como é conhecido, lança um manifesto urgente com as três associações de indígenas Kayapó (Instituto Raoni, Associação Floresta Protegida e Instituto Kabu) do Mato Grosso e sul do Pará contra a legalização do garimpo em Terras Indígenas e com um alerta para o aumento desenfreado do desmatamento e da grilagem em territórios indígenas nos últimos anos.

Conforme advertem os Kayapó, o desmonte das fiscalizações e o estímulo ao garimpo por parte do governo encorajam as invasões e a exploração predatória. Apenas nos últimos três anos, o garimpo já destruiu cerca de cinco mil hectares de floresta na Terra Indígena Kayapó, um dos epicentros da mineração ilegal. Todo o desmatamento provocado pelo garimpo nessa terra indígena entre a década de 1980 e o ano de 2015 chegou à metade disso: 2,5 mil hectares.

O acirramento dos conflitos coloca em risco a integridade dos indígenas e potencializa o avanço da Covid-19 no território. Já são ao menos 16 mortes e 2.032 casos nas TIs Kayapó, Menkragnoti, Badjokôre, Capoto Jarina e Baú.

O ano de 2020 vem sendo desafiador para Raoni. Aos 90 anos, o cacique enfrentou a morte de sua esposa, Bepkwyjka, em junho; uma infecção intestinal e a contaminação pela Covid- 19, da qual ainda se recupera. Em janeiro, cerca de 600 lideranças extrativistas, ribeirinhas, quilombolas e indígenas atenderam ao chamado do cacique e uniram suas vozes na aldeia Piaraçu, Terra Indígena Capoto Jarina (MT), no que ficou marcado como o relançamento da Aliança dos Povos da Floresta.

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