A recente revelação de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) trouxe à tona um embate político acirrado. Parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT), que historicamente se opuseram a medidas de combate a irregularidades previdenciárias, agora tentam atribuir a responsabilidade ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, documentos e investigações apontam que foi justamente durante sua gestão que foram implementadas medidas para coibir tais práticas.
A Medida Provisória 871, enviada pelo governo Bolsonaro em 2019, previa regras mais rígidas contra fraudes, incluindo a obrigatoriedade de autorização expressa e revalidação anual de descontos associativos em aposentadorias e pensões. No entanto, durante a tramitação no Congresso, parlamentares do PT e ligados ao PT pressionaram para flexibilizar essas regras, ampliando o prazo de revalidação para três anos. Essa mudança abriu brechas que facilitaram o esquema fraudulento hoje investigado pela Polícia Federal.
Agora, diante da descoberta do roubo aos aposentados, figuras como a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) e outros parlamentares de sua bancada tentam inverter a narrativa, associando as fraudes ao governo Bolsonaro. Em publicações recentes no X (antigo Twitter), Natália Bonavides afirmou que Bolsonaro "abriu caminho para abusos" no INSS ao sancionar sem vetos a lei que revogava a necessidade de revalidação dos descontos. No entanto, a própria tramitação legislativa mostra que a resistência às medidas de combate às fraudes veio de setores ligados à esquerda e a própria deputado foi ferrenha adversária a tramitação das medidas.
Veja o que falava à época a deputada Natália: “A tentativa de destruição da organização sindical com as MPs 871 e 873, tudo isso faz parte do pacote que pode nos levar para tempos ainda mais sombrios”. Em outra publicação, disse que a MP 871 foi “uma das primeiras a iniciar o desmonte da aposentadoria da classe trabalhadora”.
Além disso, a bancada do PT no Rio Grande do Norte, incluindo os deputados estaduais Isolda Dantas e Francisco do PT, saíram em defesa do governo atual, minimizando as denúncias e se posicionando contra a abertura de uma CPI para investigar os desvios. A resistência à CPI levanta suspeitas sobre a real intenção desses parlamentares, que agora tentam se desvincular do escândalo, apesar de terem sido contrários às medidas que poderiam ter evitado o problema.
A tentativa de "lavar as mãos" diante do escândalo não passa despercebida. A população e os aposentados lesados exigem respostas concretas e uma investigação transparente, sem blindagens políticas. A CPI do INSS se torna essencial para esclarecer os responsáveis e garantir que os culpados sejam punidos, independentemente de filiação partidária
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