A cena política de Macau anda tão surreal que daria uma ótima comédia — daquelas em que o público ri, mas a protagonista sua frio no palco. E, convenhamos, prefeita Flávia, a senhora virou exatamente isso: a personagem secundária do próprio mandato. Uma espécie de figurante de luxo que aparece para assinar papéis, tirar fotos oficiais e, claro, receber intimações que não foram geradas por decisões suas, mas que cairão no seu colo como se fossem.
Enquanto isso, quem realmente manda — segundo o que muita gente comenta e o que foi dito em reuniões internas — não passou nem perto das urnas. O povo votou na senhora, mas quem dá as ordens parece ser outro elenco. E não é só o “soberano” de sempre, não. Agora, pelo visto, até a irmã entrou na fila da chefia. Macau virou
uma monarquia familiar sem coroas, mas com muita assinatura carimbada.
E aí fica a pergunta que ecoa pelos corredores da prefeitura:
como é que uma prefeita eleita vira assistente administrativa da própria gestão?
Porque, do jeito que a história anda, a senhora está acumulando funções perigosas:
— Responsável por obedecer ordens.
— Responsável por assinar tudo.
— Responsável por responder judicialmente.
— Responsável por absolutamente tudo que der errado.
Mas por decisões? Por comando? Por liderança? Aí, pelo visto, o protagonismo é terceirizado.
E é aqui que a pulga atrás da orelha deveria virar um enxame inteiro:
quando o castelo desmorona, quem é que aparece no processo?
Spoiler: não é quem manda. É quem assina.
A senhora foi eleita para governar, não para ser marionete de gabinete. E, se continuar assim, vai acabar descobrindo da pior forma que quem não assume o próprio poder acaba pagando a conta dos outros — com juros, correção monetária e manchetes nada agradáveis.
Talvez ainda dê tempo de pegar as rédeas. Talvez. Mas, do jeito que a carruagem anda, quem está conduzindo não é a prefeita — é o “conselho real” que ninguém escolheu.

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