Nos últimos cinco anos, a violência contra a mulher no Brasil cresceu de forma alarmante, conforme revela a mais recente pesquisa do MAPA (Monitoramento da Agressão e Proteção à Mulher na América Latina). Os dados apontam um aumento de mais de 40% nos casos de agressão física, feminicídios e violência psicológica, escancarando a falência das políticas públicas e o desinteresse prático de quem deveria proteger. Enquanto discursos inflamados ecoam em palanques e campanhas midiáticas, a realidade dentro das casas, nas ruas e nos abrigos é de medo, silêncio e impunidade.
O mais revoltante é a hipocrisia de setores que se dizem defensores dos direitos das mulheres, mas tratam o problema com descaso estratégico. A esquerda, por exemplo, desfila discursos vazios, carregados de jargões progressistas, mas que muitas vezes servem apenas para impressionar, gerar manchetes e alimentar campanhas de marketing político. Parlamentares da esquerda se calam diante desse absurdo: a deputada federal Natália Bonavides não se pronuncia; as estaduais Isolda Dantas e Divaneide Basílio são outras que se omitem, mesmo diante do crescimento brutal da violência contra as mulheres em seus próprios estados. Projetos práticos são esquecidos, enquanto slogans feministas são explorados para enganar os tolos que confundem publicidade com política pública.
Essa complacência institucional é cúmplice da barbárie. O aumento nos índices de violência não é apenas reflexo do machismo estrutural — é o retrato do abandono estatal, alimentado por uma elite política que prefere parecer comprometida a realmente agir. A pesquisa do MAPA é mais do que um alerta: é uma acusação formal. Enquanto o país não levar a sério a urgência de proteger efetivamente suas mulheres, cada estatística será um atestado da nossa falência moral — e da covardia de quem governa com slogans em vez de ações.
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