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Entregadores de app com apoio da população colocam #ApagãoDosApps em 1° lugar no Twitter

O protesto é um chamado para um dia de boicote dos usuários aos apps (com data a definir). A repercussão nas redes hoje mostra a solidariedade de diversos setores da classe trabalhadora com esse setor precário dessa classe.

Nesta sexta (23) começou o movimento #apagãonosdosapps uma das formas de protesto dos entregadores contra a super-exploração e precarização do trabalho que sofrem por empresas milionárias como a Rappi, Ifood. Esse protesto consiste em um chamado dos entregadores a que os consumidores não peçam comidas e outros produtos por apps boicotando os aplicativos de entrega e fazendo comentários contra a precarização do trabalho. Esse movimento está sendo encabeçado pelos Entregadores Anti-fascistas que foram parte dos setores que há um ano participaram da grande paralisação dos entregadores de aplicativo que tomou as ruas de dezenas de cidades no país.

Mesmo depois dessa importante paralisação nacional os entregadores continuam sofrendo com a precarização do trabalho, os bloqueios indevidos, valores muito baixos nas entregas, arcando com todos os custos de manutenção das bicicletas e motos, se expondo a acidentes cotidianamente.

Em meio à pandemia a demanda pelos serviços de entrega aumentou muitíssimo e com ela os lucros das empresas como a Rappi, Ifood, James, Uber e outras que super-exploram esses trabalhadores que não pararam de trabalhar um dia sequer durante a pandemia expondo a sua saúde e suas vidas. Depois da reforma trabalhista aprovada após o golpe institucional e diante do nivel de desemprego que Bolsonaro, Mourão e os capitalistas impõem contra a nossa classe a precarização das condições de trabalho se generalize ainda mais levando a superexploração de camadas cada vez maiores de trabalhadores, dividindo a nossa classe e colocando um setor contra o outro.

É bastante simbólico que na mesma semana em que Jeff Bezos, o homem mais rico do mundo gasta milhões para passear pelo espaço, os entregadores estejam novamente se mobilizando para denunciar que trabalham com fome enquanto carregam comida nas costas como disse Paulo Galo, integrante dos Entregadores Anti-fascistas. Nesta sexta-feira a #apagaodosapps ficou em 1o lugar no twitter mostrando a solidariedade de diversos setores da classe trabalhadora e com um setor bem precário dessa classe.

Enquanto isso, as centrais sindicais se recusam e unificar e organizar a nossa classe a partir de assembleias de base nos locais de trabalho para construir uma greve geral no país que coloque a classe trabalhadora em cena, organizando os setores mais precarizados como os entregadores para impor com a sua luta suas reivindicações, derrubar Bolsonaro, Mourão e reverter todos os ataques como a reforma trabalhista e a precarização do trabalho. É urgente que os sindicatos, associações, lideranças ligados à categoria de entregadores organizem assembleias em cada região para que esses trabalhadores possam fortalecer medidas como essa e fazerem novas paralisações fortes e unificadas como a do 1 de julho. Apoiamos as reivindicações e as medidas de mobilização dos entregadores e chamamos os trabalhadores de outras categorias e a população a cercarem de solidariedade a essa manifestação exigindo todos os direitos para os entregadores.

Reproduzimos a nota divulgada pelo #apagaodosapps nas redes sociais:

NOTA OFICIAL PARA A IMPRENSA Entregadores de aplicativo organizam "Apagão dos Apps" Ainda sem data definida, mobilização digital é em prol de melhores condições de trabalho e conta com o apoio dos consumidores. Não pedir comida pelos apps de delivery, dar notas baixas nas lojas de aplicativo (AppStore e Play Store) e fazer comentários nas redes sociais contra a precarização do trabalho - tudo isso em um mesmo dia, que ainda não foi definido.

Esses são os principais objetivos do #ApagãoDosApps, movimento que junta trabalhadores de app e consumidores. A pauta vai girar em torno de melhores condições e reconhecimento dos trabalhadores como colaboradores dos apps de delivery, como iFood, Rappi, UberEats, James, Loggi etc. No dia 1º de julho de 2020, milhares de entregadores de aplicativos foram às ruas de todo o país em greve. Um ano se passou e, de lá pra cá, nada mudou. Pelo menos não para os entregadores

Já os aplicativos, gastaram milhões de reais em propagandas para a TV e para o digital, aproveitando, inclusive, da pauta para criar novos slogans, como "Viver é uma entrega". Paulo Lima, que ficou conhecido como @galodeluta após seu vídeo sobre como "é entregar comida com a barriga vazia" viralizar, puxa a movimentação #ApagãoDosApps, que já ganha adeptos em todo o país para continuar a pressionar os responsáveis pelos aplicativos. O objetivo é estender a luta para os demais trabalhadores de aplicativo, como os que trabalham para o Uber, 99 etc. e se expandir até os outros países da América Latina. Para saber mais, acesse: https://linktr.ee/apagaodosapps #apagãodosapps

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