Últimas Notícias

6/recent/ticker-posts

Damares pede prisão de Moraes e acirra tensão entre poderes


A denúncia feita por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral, escancarou uma ferida institucional que muitos fingem não ver. Segundo Tagliaferro, operações de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas foram autorizadas com base apenas em uma reportagem jornalística, sem qualquer fundamentação jurídica no momento da decisão. O mais grave: essa fundamentação teria sido inserida dias depois, com data retroativa, o que configura fraude processual. A revelação não é apenas chocante — é um alerta sobre o estado de direito no Brasil.

Diante disso, a senadora Damares Alves não hesitou. Em audiência no Senado, ela exigiu a prisão imediata de Alexandre de Moraes, afirmando que pessoas foram presas com provas forjadas por um magistrado. “Esse magistrado tinha que ser preso hoje”, declarou, com firmeza e indignação. Sua fala não foi apenas um desabafo político, mas uma convocação à responsabilidade institucional. Damares acusou o julgamento de Bolsonaro no STF de estar contaminado e cobrou ação do presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Para ela, o silêncio diante de tamanha arbitrariedade é cúmplice.

A denúncia de Tagliaferro não pode ser ignorada. Trata-se de um ex-integrante da equipe de Moraes, alguém que esteve dentro da estrutura e conhece os bastidores. Quando uma autoridade judicial manipula documentos para justificar ações já executadas, estamos diante de uma ruptura grave com os princípios básicos da justiça. Não é mais uma questão de divergência política — é uma questão de legalidade, de respeito à Constituição, de defesa das liberdades civis.

O Brasil não pode normalizar abusos travestidos de decisões judiciais. A toga não pode ser escudo para arbitrariedades. Quando um ministro do Supremo é acusado de forjar provas, o mínimo que se espera é uma investigação séria, transparente e independente. A democracia não sobrevive quando seus guardiões se tornam seus algozes. E se o Senado não reagir, estará assinando sua própria irrelevância diante de um Judiciário que ultrapassa limites sem qualquer freio.

Damares fez o que muitos temem: apontou o dedo para o poder que hoje parece intocável. Sua fala é um grito por justiça, por equilíbrio entre os poderes, por respeito ao cidadão. E esse grito precisa ecoar. Porque quando a arbitrariedade se torna regra, a liberdade se torna exceção.

Postar um comentário

0 Comentários