A manhã desta quarta-feira (26) marcou mais um capítulo da luta contra o crime organizado no Rio Grande do Norte. A Operação Farol da Justiça, deflagrada pelas forças de segurança, resultou na prisão de 16 criminosos ligados a facções que vinham aterrorizando o bairro de Mãe Luíza, zona Leste da capital. Somadas às ações anteriores da Operação Mãe Luíza Segura, já são 33 prisões em menos de três semanas.
Os embates em Mãe Luíza são reflexo direto da “guerra” iniciada em Nova Cidade, zona Oeste de Natal, no começo do ano.
Segundo o delegado Joacir Rocha, titular da Deicor, os criminosos migraram de bairro em bairro após operações realizadas em outubro.
“A criminalidade migra. E não é só um problema de polícia, é um problema social e nacional”, destacou Rocha, lembrando que o enfrentamento ao crime exige mais que ações repressivas: é preciso atacar as raízes sociais que alimentam o tráfico e a violência.
O que foi feito
Policiamento intensificado desde 7 de novembro, com barreiras itinerantes e patrulhamento reforçado.
Apreensões: duas carabinas calibre .40, três pistolas .380, uma pistola 9mm, um revólver .38, munições diversas, sete coletes balísticos.
Drogas: maconha, cocaína, crack e haxixe, além de balanças de precisão e materiais para embalagem.
Veículos recuperados: um Chevrolet Cobalt clonado roubado em Pernambuco e uma motocicleta adulterada.
Participação: CPC, BOPE, BPChoque, BPAmb, 1º BPM, ROCAM e outras unidades da PMRN.
Crescimento da criminalidade no RN
Nos últimos sete anos, o Rio Grande do Norte tem registrado aumento expressivo nos índices de violência, com expansão das facções e maior circulação de armas de fogo. Relatórios apontam que o estado figura entre os mais violentos do país, reflexo de um problema que, como frisou o delegado, vem se arrastando há pelo menos 17 anos em escala nacional. A falta de políticas sociais consistentes e o enfraquecimento da aplicação rigorosa da lei contribuíram para o avanço da criminalidade.
Enaltecimento às forças policiais
É inegável o papel heroico das polícias que, mesmo diante de recursos limitados, seguem enfrentando facções armadas e altamente organizadas. A atuação integrada da PMRN e da Deicor mostra que quando há união e inteligência, o crime recua. A população de Mãe Luíza já sente os efeitos da presença ostensiva das forças de segurança.
Cobrança ao governo
Se por um lado a polícia cumpre seu papel com bravura, por outro é urgente que o governo endureça a legislação e garanta punições mais severas. Sem justiça firme, os criminosos voltam às ruas e o ciclo da violência se repete. O combate ao crime não pode ser apenas policial: precisa ser social, judicial e político.
O recado é claro: sem rigor na lei, o sacrifício das forças policiais será em vão. O Rio Grande do Norte clama por segurança, e a sociedade exige respostas concretas do poder público.




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