A recente movimentação na Prefeitura de Macau, RN, levanta sérias suspeitas sobre o uso do dinheiro público e a condução administrativa sob a liderança da prefeita Flávia Veras. Embora oficialmente no comando, é evidente que quem dita as regras nos bastidores é o ex-prefeito Flávio Veras — figura marcada por uma longa trajetória de processos judiciais.
O empresário Francisco Diego, também envolvido em investigações por fraudes em licitações e contratos públicos, parece ter encontrado terreno fértil em Macau. Após tentativas frustradas de se infiltrar na liderança da cooperativa de crédito Sicoob, agora ele conquista dois contratos milionários com a prefeitura: R$ 10 milhões com a empresa SAMA para serviços de saúde e R$ 16 milhões com a Oeste Premoldados para obras2. O detalhe mais alarmante? Ambas as empresas têm o mesmo sócio principal: Francisco Diego.
A coincidência de sócios, o histórico de investigações e o volume dos contratos acendem um alerta para um possível esquema de cartel. A gestão municipal, ao permitir que duas empresas ligadas ao mesmo empresário vençam licitações de grande porte, compromete gravemente a credibilidade dos processos licitatórios. Onde está o rigor técnico? Onde está a concorrência justa?
A prefeita Flávia parece atuar como uma mera signatária de decisões que não são suas. Sua postura passiva diante de contratos suspeitos equivale a assinar cheques em branco — entregando a chave do cofre público a figuras que já foram alvo de operações como a “Máscara Negra”. A ausência de fiscalização interna e a falta de posicionamento diante de denúncias públicas são sinais claros de conivência ou, no mínimo, negligência administrativa.
O Ministério Público, o Tribunal de Contas e demais órgãos de fiscalização precisam agir com urgência. A população de Macau não pode continuar refém de uma gestão que opera à sombra de interesses privados, enquanto serviços essenciais como saúde e infraestrutura são terceirizados a empresas com histórico duvidoso.
A administração pública não pode ser palco de acordos obscuros e favorecimentos. A prefeita Flávia deve explicações à sociedade. E mais do que isso: deve assumir o comando que lhe foi confiado pelo voto popular, rompendo com a tutela de um ex-prefeito que já demonstrou desprezo pelas instituições. Macau merece mais do que contratos milionários sem respostas. Merece respeito, transparência e justiça.
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